domingo, novembro 02, 2008

No future, no future

Presa na torre de silêncio ensurdecedor, tal qual uma Rapunzel descabelada, ela guarda dentro de si o ódio e a angústia. As paredes de onde vive são de papel, a arte é ridicularizada, os livros são de auto-ajuda e o humor, sarcástico. Insuportáveis conversas a forçam sorrir amarelo, bons dias, boas tardes e boas noites falsamente amáveis escondem o desejo pelo grito. Libertem-se! Movam-se! Desburocratizem-se! Na torre de silêncio a vida é chata e inútil, o tempo é fardo, a regra é lei, o marginal, proibido. Rapunzel tenta, por vezes, jogar as tranças pela janela, mas os cabelos quebradiços não sustentam nem o peso de si mesmos. Olhar para o horizonte? Jamais. A paisagem futurista-retrô-sufocante faz as paredes de papel não parecerem tão ruins assim.

6 comentários:

Bruno Black disse...

Quero te convidar pra entrar no meu blog e conhecer minhas obras...
gostaria de manter contato...

Meu nome é bruno black

Um grande abraços...

Anônimo disse...

Eu tenho a solução, ó, Rapunzel pós-moderna: ceramidas!

Mariana Valle disse...

ó, querida rapunzel. por um lado, fico triste, porque acredito que entendo do que falas subliminarmente, mas, por outro, feliz. sinto que vem muito texto bom por aí!!!
beijoca

Anônimo disse...

Nem tudo está perdido, porque o que achas pode não ser real!
O real está escondido, nem sempre aparente, mas tu sabe disso!!!

Edu Café disse...

Bela rapunzel do papel, da arte, dos livros. Uma rapunzel que não acredita numa salvação externa. O que ela parece acreditar é, senão numa salvação, em alguma espécie de produtividade com as paredes de papel. Fiquei achando que a "pessoa oculta" do marcador se refletia mesmo na ausência da palavra "lápis" ou "caneta". Ou da palavra "escritora".

Elaine disse...

SP tá foda, né?
Bjs