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terça-feira, julho 01, 2008

Na noite do tango

Na noite do tango, estrelas de cartolina caíram sobre suas cabeças. Ela estava um tanto nostálgica, ouvindo as declamações portenhas ao som tão familiar do bandoneón.
Na noite do tango, ele estava distante, pensamento longe ou perto dali, tomando devagar sua cerveja de rótulo doce e sabor amargo.
Na noite do tango, ela chorou com as canções de amores, de passado, de saudades. Olhou para ele, que não estava ali, e sentiu medo do futuro.
Na noite do tango, ele despertou com as lágrimas dela e enxugou-as uma a uma. Beijou, cuidou, acalmou, fazendo-a sentir-se tranqüila outra vez.
Na noite do tango, ele e ela se encontraram novamente, perdendo-se juntos sob as estrelas de cartolina.

terça-feira, abril 08, 2008

Salve, Waly

Sentados numa mesa de bar, mulher e homem conversam.

H: É impressão minha ou um leve purpurinar pousa sobre seus dedos?

M: Porra nenhuma. Falta arte em minha vida. Acho que fui deixando tudo encraquelar pelo caminho. Perdi muitos pedaços.

H: Então recolhe os cacos. E lança essa tua purpurina por aí. As pessoas vão gostar. As pessoas sempre gostam de você.

M: Eu queria era estar em Paris, nos anos 20. Mergulhada na Belle Époque. Mas acho que nos anos 20, ninguém ia achar graça em mim.

H: Nos anos 20, querida, ninguém teria graça. Você iria precisar de muita purpurina. Pensa só: Picasso, Hemingway, Chanel, Beckett? Não é essa mediocridade de hoje em dia.

M: Tirando o Waly. Ele me visitou essa noite. Com seus cabelos encaracolados e sorriso largo de sempre. Ficou repetindo: “A vida é sonho! A vida é sonho! A vida é sonho!”.

H: É um sinal, querida. Preste atenção, pois é um sinal. Waly nunca falha.

M: Sim... Mas eu estou tão cansada...

H: Não importa não, minha honey baby.