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quinta-feira, agosto 13, 2009

A música acabou!

Há 20 anos eles entravam no palco de patins, esbanjando “pure energy”. O tempo passou, a fama já era e a energia idem, mas ainda assim o Information Society resolveu faturar uns trocados no Brasil. Não que eles não tenham se esforçado no palco. Apesar da aparência de titios gordinhos, Paul Robb, Kurt Harland e James Cassidy pularam bastante no show realizado em São Paulo, no Via Funchal, nesta quarta, 12. Tentando comunicação com a plateia, o vocalista arriscou várias palavras em português, e criou um bordão meio patético ao fim de cada canção. “A música acabou!”, dizia, com sotaque gringo puríssimo. Aparentemente os músicos estavam se divertindo no palco, provavelmente pensando: “Como é fácil ganhar dinheiro no Brasil!”.

Mas o público, longe de lotar a casa, também estava ali não tanto pela banda, e mais para viver um momento flashback. Relembrar o passado, a juventude perdida nas festinhas da adolescência, os passinhos dos anos 90. Entre os presentes estavam patricinhas quarentonas com roupa de oncinha e braços para cima (crentes que estavam numa balada), balzacos alternativos, tiozões de cabelo comprido e playboys circulando pela pista (quase vazia), tentando azarar alguém. Alguns fãs verdadeiros também estavam por lá, cantando com empolgação os sucessos “What’s on your mind”, “Running” e “Walking away”. Tirando os momentos “hit parade”, a reação dos paulistas foi apática.

Recepção mais calorosa a banda teve no Rio de Janeiro, em show realizado dias antes. Lá, Information Society e funk sempre andaram juntos, esquentando pistas nas festinhas de 20 anos atrás, e rendendo passinhos de dança até hoje. O famoso grito de guerra no refrão de “Running” (“Vai tomar no c*!”), privilégio da criatividade carioca, transformou o show em um espetáculo mais animado (veja o vídeo aqui). “Ôo, Information é o terror!”, gritava o público entre uma música e outra. No palco, os “terroristas” tentavam dar o máximo permitido pela idade, exagerando nas batidas eletrônicas e nos efeitos especiais no telão.
Mas, ao contrário de pioneiros como Kraftwerk, que a cada apresentação parecem mais atuais do que nunca, o Information Society ficou velho. Não só de aparência, e isso nem é tão importante. Afinal, os alemães também estão barrigudinhos, mas não deixam a desejar artisticamente. O que envelheceu foi a música, que ficou perdida lá nos idos anos 80 e 90. Ótimo para ouvir em festinhas e dançar, mas sem peso algum que justifique um show. Definitivamente, a música – do Information Society - acabou.

FOTOS: André Bittencourt

segunda-feira, março 23, 2009

Cecília & Nico

Cecília estava sozinha em casa quando ligou o rádio. O silêncio sempre a incomodou tanto que nunca se permitiu ficar segundos em suspenso. Seu medo era ouvir os próprios pensamentos, nem sempre agradáveis, muitas vezes acusatórios. Apertou o botão esperando que tocasse qualquer coisa, qualquer som, não interessava qual. Interessava que a música tocasse e a tirasse de seu mundo interior. Mas o aparelhinho, traiçoeiro, quis que Cecília ouvisse uma voz muito mais intrigante que a sua própria. O rádio tocou Nico. “Femme Fatale”. Nico e Velvet. Sombria, sexy, atormentada. Here she comes, you better watch your step/She’s going to break your heart in two, it’s true… Cecília sentiu Nico pegando seu coração com as mãos e apertando, como quem dissesse: “Você não pode escapar de sentir, minha cara. Não pode viver impunemente sem silêncio”. Cecília forçou a respiração, conseguiu escapar das mãos de Nico. Mas a voz… Cause everybody knows (she’s a femme fatale)/The things she does to please (she’s a femme fatale)/ She’s just a little tease (she’s a femme fatale)/See the way she walks/Hear the way she talks… Quanta dor aquela mulher carregava na voz, e Cecília só conseguia pensar que devia parar de fugir. Não tinha mais idade para alienar-se. Just look into her false colored eyes... Os olhos de Cecília arregalados, momento de epifania. Era alívio, era luz no fim do túnel, o recado de Nico era simplesmente “Pare de fugir”. Desligou o rádio e finalmente ouviu.

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Primeiro a cópia

Fiz uma lista de músicas que eu primeiro conheci a cópia, depois a original. Eis:

1º lugar - a campeã é "Passenger", do Iggy Pop. Primeiro conheci a versão tosca do Capital Inicial. Eu sentia que a música tinha um quê, mas não sabia dizer. Gostava e não gostava. Até o dia em que ouvi a versão de Siouxsie and the Banshees e me apaixonei. Mas o susto ainda não tinha acabado. Caí de joelhos quando descobri a original do Iggy, de ar sombrio e envolvente.

2º lugar - "Starman", do Bowie. Mesmo caso acima. Lá nos idos anos 80, eu ouvia "Astronauta de mármore" do Nenhum de Nós e sentia um desconforto, uma dor. Quando dei de cara com a original, quase chorei. E peguei ódio da banda brasileira. Quanta audácia fazer uma versão do Bowie.

3ºlugar - Se bem que a terceira colocada é uma exceção. A versão do Nirvana para a bowieana "The Man Who Sold the World" é espetacular. Tão linda que eu prefiro o Kurt cantando, com aquela voz mole que derrete tudo.

4ºlugar - "And I love her", dos Beatles. Eu era criança quando ouvi "Eu te amo", com o Zezé di Camargo e Luciano. Ou seria Chitãozinho e Xororó? Whatever. Peguei tanto asco da música que quando ouvi a original já estava completamente envenenada. E olha que eu sou louca por Beatles.

5ºlugar - "Hey Jude" também sofreu do mesmo mal. Obrigada, Kiko Zambianchi, por estragar mais uma música dos Beatles em minha vida.

6ºlugar - "Let´s stay together", do Al Green. Lá estava eu, menininha de pé no chão, cantando "Vício fatal" da Rosana, quando algum adulto me mostrou a verdadeira. Too late, Marlene. Não adiantou. Até hoje, quando ouço "Let's stay together", me vem à cabeça os versos: "Quando a paixão é cegaaaa... A gente fica cega-a, cega-a. Seja bom ou mal, o vício é fata-al...". Rosana desgraçada.

Quem tiver exemplos, por favor, escreva aqui.

terça-feira, janeiro 13, 2009

Por onde anda...

...Nikka Costa?

Bem aqui!