terça-feira, agosto 05, 2008

Os olhos de Laura

Encostou o nariz naqueles cabelos macios e ruivos e teve a sensação da eternidade. “Quero morar aqui”, pensou, enroscando-se nos compridos fios dela. Os cabelos de Laura eram tão tenros quanto as carnes de suas coxas. Também rosas, também eternas. “Acho que ela nunca vai envelhecer”. Em seus devaneios de amor, pensava em Laura como um ser atemporal, que tem o cheiro do universo. Seus gestos também não faziam parte de tempo algum. Olhava para a ruiva e a via flutuar. Sentia-se imensamente inferior àquela mulher divinal, mas quando tocava naqueles cabelos macios era como tivesse respostas para um não sei o quê. Laura era o sim quando pensava no não, era a tranqüilidade quando se perdia em ânsias. A sabedoria que vinha das madeixas ruivas e perfumadas, da carne macia e sã, dos olhos de metáfora e mistério. Nunca entendia os olhos de Laura à primeira vista. Laura era mulher para uma segunda vista, ininterrupta.

4 comentários:

Flávia Motta disse...

Cada vez melhor.

Jana disse...

Oi...
Fique a vontade para linkar...até porque, eu já linkei...
(engraçado esse verbo...eu linko, tu linkas, ele linka...)

bj

Anônimo disse...

totalmente sensação também!

menina, tem cada foto bonita sua e do André! vi tudo! logo logo a gente posta. êh!

Anônimo disse...

adorei a laura!

e vc, adoro sempre! ;-)

beijoca!