Não havia como negar: ele tinha olhado. Sem pudores, sem vergonha. Carolina estava vermelha de ódio, de vergonha. Pegou seu próprio primo a espiando trocar de roupa no quarto. Na verdade, só trocara de blusa, mas foi o suficiente para que ele os visse. Nem em seus sonhos podia imaginar que fossem tão bonitos. A cor, o formato, a textura... Miguel mal conseguia ouvir a bronca da prima, que o xingava dos mais diversos palavrões. Em sua cabeça, dançavam como dois botões de rosa ao vento, os seios de Carolina.
Saiu do quarto dela como que hipnotizado. Foi para o jardim da casa da tia Cecília e pôs-se a olhar aqueles botões de rosa. Carolina, Carolina... Que perfeita simetria! Quando deu por si, estava tocando com os lábios as pétalas das flores. Dos lábios para o rosto, do rosto para os cabelos, dos cabelos para suas suadas mãos. Obcecado, sim, por um par de seios. Muito mais bonitos do que todos aqueles que já vira antes nas revistas que seu pai lhe dava.
Desde criança tinha um certo fascínio pela prima. Não conseguia ser ele mesmo quando estava perto dela. Sua beleza o deixava tonto. Mas só agora, aos 15 anos, conseguiu entender por que ficava daquele jeito. Carolina era uma deusa, e sobre ele exercia seus poderes divinos. Era um direito dela: quem nascia assim tão linda, podia tirar qualquer um do sério. Assim, sem culpa. Talvez fosse imbuído por esta força que espiou na fresta da porta entreaberta do quarto da menina. E lá teve a visão que mudaria para sempre toda sua vida, seu conceito do belo e do sexo. Os seios de Carol.
Nunca mais enxergaria nada tão esplendoroso. Seus amigos mais próximos zombavam dele e, mesmo adulto, peitos e peitos depois, ainda tinha em mente aquela imagem. E só em pensar na imagem lembrava de todos os detalhes: o cheiro, o sabor, a maciez da pele. Sim, isso mesmo. Ele havia chegado muito mais perto do que aquela simples espiadela no quarto.
Foi numa noite quente de verão, aquelas em que os ventos mornos inspiram mil desejos e fantasias, que Carolina entrou em seu quarto. Uma semana antes, ela o xingara, vermelha, tensa. Mas desta vez foi diferente. Ela o acordou com um beijo doce e perguntou, ao pé do ouvido: “Você o quer?”. Miguel, com a respiração trôpega e descontrolada, apenas fez que “sim” com a cabeça, e ela lhe deu o presente. Abaixou a alça da camisola branca, e deixou à mostra sua obra-prima. “Pode olhar. Eu sei que você gosta”. Miguel se sentou na cama e ficou minutos, deliciosos e intermináveis, olhando aqueles dois seios arrepiadinhos na sua frente. Não ousava tocá-los. Tinha medo que ela fugisse, indignada.
Mas Carol foi além. Com os lábios molhados, pediu: “Beija aqui”. Ele não hesitou um segundo e pôs a boca no seu tão sonhado objeto de desejo. E lá, ele se deleitou, mordeu, sugou, beijou rápido, leve, devagar, forte. E o vento os envolvia. Carol resplandecia. Miguel? Estava em estado de êxtase, era puro amor, puro tesão, pura paixão. Parecia que aquele momento havia durado uma noite inteira. Mas foram apenas alguns minutos. Ela de repente se afastou, levantou a alça da camisola, sorriu como um anjo e voltou para o seu quarto.
quinta-feira, novembro 30, 2006
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2 comentários:
Amiga, adorei. Foram tantos e tão bem escritos os detalhes, que vi a cena todinha na minha frente e tava quase que me sentindo (ou querendo ser) a Carolina.
excelente, excelente. vc realmente consegue fazer o leitor sentir até o cheiro e o gosto dos seios de Carol. e o jeito como terminou, então ? arrebentou. essa coisa de provocar e tirar o doce da boca, isso é tão real...
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