Theo se sente velho. Não só por ver seu corpo definhando, pululando de problemas, dores e texturas estranhas.
É sua cabeça que de repente voou décadas à frente.
Não se anima mais com festas. Trancar-se num cubículo fumacento para ouvir música, mexer o corpo, enlouquecer?
Acha que é perda de tempo, diversão aculturada, sem sentido.
Enjoou dos lugares, das pessoas, até das drogas. Enjoou dos beijos vazios e das investidas infrutíferas.
Quer ficar quieto em casa, com seus cobertores, DVDs e sua solidão balzaquiana.
Theo chora quando toma banho.
Se seu filho nem nasceu, ele ainda é o filho, diz a música.
Theo chora no banho. As lágrimas se misturam à água do chuveiro: ele cuida mais dos pais do que os pais dele.
Enjoou da vida. Quer sumir, quer cuidar só de si mesmo.
Quer ter como única responsabilidade o seu próprio corpo, definhando, pululando de problemas, dores e texturas estranhas.
quinta-feira, setembro 21, 2006
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2 comentários:
Acho que eu poderia estar casada com Theo. To me sentindo uma idosa :)
Eu sou Theo.
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